Tuesday, August 02, 2011




REVIEW - Breves impressões Sobre o fim de semana rock!

Bem, como promessa é dívida, antes de soltar algum outro texto sobre qualquer outro assunto (Tentarei fazer disso uma regra mesmo que o conteúdo do blog esteja desatualizado), falarei sobre um final de semana inesquecível neste ano, o fim de semana em comemoração ao Dia Mundial Do Rock, nos dias 14, 15, 16 e 17 de julho de 2011, onde particularmente fiz de tudo um pouco... se liga!

E tudo começa assim....

Daniel Kid com o Hotel Brasil, por Paula Losso.

14/7 - HOTEL BRASIL NO STREET FIGHTERS BAR & OFICINA

Quem conhece a banda Hotel Brasil sabe que seu repertório é certeiro: Rock nacional dos idos da explosão do BRock, muito Barão Vermelho, Titãs, Paralamas, Cazuza....mas este final de semana teríamos muita agitação também por conta da comemorações do cinquentenário do nosso querido vocalista Evaldo Jr, mas aí já é outra história....e tudo começaria por um lugar que estamos começandoa fomentar um público, praticamente uma confraria por ser um local diferenciado em todos os aspectos: o Bar & Oficina Street Fighters, especializado em motos importadas!

Apesar de ser uma quinta, o movimento era grande na casa, com um público que apesar de ser diferenciado pela sua paixão em duas rodas, curtem muito o repertório que de certa forma soa "inovador" em meio a ditadura do cirtuito cover de pop rock. Duas entradas e missão cumprida, lá vamos nós descansar....mas antes, vale a pena citar a presença dos amigos do The Suman Bros. Band e dos meus amigos remanescentes da última formação que particiei do IMPACTO MOSH (Aguardem novidades....) que apareceram por lá, trocando uma boa idéia e curtindo o nosso som. Valoroso!

15/7 - UALDO NASCIMENTO E BANDA - SESC PINHEIROS - 15HS


Daniel Kid no baixo, Bebê do Góes na percussão e Ualdo no Violão e voz,
por Paula Losso.


Apesar do horário inusitado e do repertório na sua maior parte formado por canções inéditas com uma formação enxuta (Ualdo na voz e violão, eu no baixo e meu companheiro de Trio Motim e 4Vozes Bebê do Góes na percussão), o pequeno mas seleto público da terceira idade agitaram e curtiram além da conta o samba-rock, mostrando um vigor e animação fora do comum e nunca imaginado por nós. Um presente! Sem palavras, ficamos ansiosos com o dia seguinte...


15/7 - PATRULHA DO ESPAÇO - CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - 19HS

UMA VEZ PATRULHEIRO, SEMPRE PATRULHEIRO!


Nova formação do Patrulha da Espaço, por Ana Fuccia.

Coloque 33 anos de rock'n'roll com a experiência no lugar certo somando um vigor jovem sobre um palco já agraciado e abençoado pelos deuses do Rock.....misture isso numa seman propícia, libere a entrada e....PRONTO! Assim se fez um dos shows mais incríveis e surpreendentes desde 2007 da PATRULHA DO ESPAÇO em São Paulo.

Rolando Castello Jr. mais uma vez mostrou porque sempre será considerado um dos mestres das ba quetas nacionais ao desferir golpes vigorosos em sua Supraphonic Ludwig de deixar qualquer jovem principiante aspirante a baterista de queixo caído e motivado a malhar mais o instrumento. Seus solos e sua performance em especial deixaram todos impressionados, o que nos shows sempre é uma atração á parte.

Um mero exemplo do que estava rolando, com um digno tributo ao Aeroblues...





Rolando Castello Jr., Por Ana Fuccia.


Falando em novos aspirantes, a nova formação da banda, contanto com o Tarja Preta Danilo Zanite, Paulo Carvalho e Marta Benévolo injetaram um novo gás na nave azulada, o que além de valorizar a performance arrasadora do show, culminou em um hiato de 7 anos sem lançamentos de canções inéditas, que foi comemorado pelos fãs ao entoarem a novíssima "Rolando Rock", que promete figurar no repertório do disco novo que está sendo finalizado.




Rolando Rock com JR. E Danilo Zanite, sequência por Ana Fuccia.


O repertório? Clássicos de toda a carreira como "Arrepiado", "Depois das 11", "Columbia", músicas mais recentes da formação Hid-Castello-Schevano-Domingues que já se tornaram hinos da banda como "São Paulo City" e "Vou Rolar" e lados B que se tornaram verdadeiras pérolas no repertório como "Ovnis" , "Deus Devorador" e "Cão Vadio", que contou com a participação mais do que especial do "Eterno patrulheiro" (Como mesmo referiu o Rolando a ele e a mim) Xando Zupo, que em breve surge com uma nova encarnação do Z Sides (Ou Big Balls?). Um show fodástico que mostra que as bandas veteranas estão aí e não estão pra brincadeira!


Patrulha e Xando Zupo na guitarra, por Michel Téer.


Devo agradecer aqui a menção feita com carinho pelo mestre Rolando em pleno palco, declarando gratidão pelos nossos anos de convívio e serviços prestados efetivamente á banda. Ser considerado um eterno patrulheiro só me enche de orgulho em saber que colaborei pra uma brilhante história de um verdadeiro herói do nosso rock. Me chame Patrulha, me chame de irmão!

Amigos, da esquerda pra direita: Eu, Marcelo Pepe Bueno, Rolando Castello Jr., Paulo Zinner e Xando Zupo, por Grace Lagôa.


15/7 - HOTEL BRASIL - CERVEJARIA DAS NOVA (O VELHÃO) - 23HS

50 ANOS DO EVALDO - A COMEMORAÇÃO OFICIAL

O dia só termina ás 0hs né? E quem disse que ia terminar?

Até parece que as datas tradicionais do Hotel Brasil seriam comuns naquele final de semana....ledo engano! Com o aniversariante sendo o carismático vocalista, muito menos!!!


Hotel Brasil por Paula Losso.

Além do repertório com algumas inovações que deram um plus maior na sonoridade da banda, a empolgação e a felicidade além da conta do Evaldo contaminada a todos, o que fez com que realmente se tornasse uma noite especial, juntamente com os familiares e amigos queridos, com direito a dois bolos e parabéns numa versão HardCore!

Um breve descanço pra repor as baterias....e lá fomos nós pro sábado!


16/7 - UALDO NASCIMENTO E BANDA - SESC PINHEIROS - 14H30

ACORDAR É PRECISO...MAS ACORDAR TOCANDO É BOM DEMAIS!

Quem disse que pessoas abstênias (como eu) não tem ressaca? Claro que tem, ainda bem que nada melhor que curar a ressaca de noitada com muito som, swing e samba-rock!



Ressaca de manhã nos óculos de Daniel Kid.
Arquivo Ualdo Nascimento.

Apesar de ser um sábado e dos resultados do dia anterior serem significantes para nos colocar numa situação ansiosa e esperançosa, o show demorou para engrenar e conquistar o público em questão. Mas esse show foi muito importante e plantou a semente da melhor performance da temporada, no domingo dia 24/7, quando todos os públicos se uniram e fizeram uma grande festa dançante, coroando o trabalho realizado.

Ainda em tempo, gostaria de agradeçer a galera do Site cultural SAMBA ROCK NA VEIA por ter prestigiado este último show e fazendo o agito cultural a favor deste nosso patrimônio dançante! Muito obrigado pela força e pela linda iniciativa! Estamos juntos nessa! Agitar culturalmente o povo é preciso!



Galera do Samba Rock Na Veia dançando na última apresentação dia 24/7.
Arquivo Ualdo Nascimento.


16/7 - CARRO BOMBA E BARANGA - CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - 19HS

O GENUÍNO ROCK PAULISTA VIVE!!! E DEIXA HERDEIROS...

Saindo do Samba-rock, lá volto eu pra minha verdadeira casa, o Centro Cultural com mais rock pra aliviar o espírito....e agora viria uma noite de peso e glória pela frente, uma noite que com certeza ficou marcada nas mentes, cabelos e pescoços de todos presentes!

CCSP

Fachada do CCSP, por Alê Frata


Desde 2000 trabalho pelo menos uma vez por ano no CCSP. E fazia muito tempo que eu não o via tão repleto e dominado por bangers de todas as idades, principalmente pra ver bandas relativamente novas (Baranga tem 10 anos e o Carro Bomba, 6), mas que juntas, são detentoras de 9 discos.


Carro Bomba no CCSP, por Ana Fuccia.

A primeira banda a colocar as armas na guerra é o Carro Bomba, que entra divulgando o seu recém lançado disco "Carcaça". Uma noite de comemorações, pois os pais da banda tinha muito o que comemorar. Marcello Schevano levara sua filha que completara um ano de vida no Dia Mundia do Rock em seu primeiro show e Fabrizio Michelloni festejava os três meses do seu querido filho Lemmy, além do anúncio nos microfones da vinda do herdeiro do orgulhoso futuro pai-avô do rock (como ele mesmo se intitulou) Paulão, baterista do Baranga.

Falo com tanta intimidade desses detalhes particulares porque tenho uma relação extreita e de anos com todos envolvidos nas histórias, percorrendo a pelo menos dez anos as tortuosas e difíceis estradas do rock com esses caras, (como podem acompanhar nos post anteriores)...mas..voltemos aos shows....

O Carro Bomba fez uma ótima síntese dos seus trabalhos, só excluindo músicas do seu primeiro disco, que é bem diferente e mais hard rock setentista em relação aos demais. Na verdade com a vinda dos demais "atentados sonoros", o peso foi tomando cada vez mais espaço e força nas composições, hoje caracterizando a banda como um dos poucos expoentes do rock pesado cantado em português. O que jamais bota em risco a ótima atuação do grupo, pelo contrário, a cada dia que passa o repertório fica mais conciso, tanto que na minha humilde opinião, este show do Carro Bomba foi o melhor show deles desde o seu lançamento no mesmo Centro Cultural. (Desde este lançamento acompanho a trajetória da banda, trabalhando junto e ajudando nesta caminhada.) Petardos como “Carcaça”, “Ritmo de Fúria” e “Punhos de Aço” só deixaram a galera mais oriçada com essa grande performance dos Bombers.

Carro Bomba em ação, por Bruna Batera.


Quando o Carro Bomba deixou o palco, o público já estava de pé estasiado e "batendo cabeça" na beira do palco, o que só continuou e aumentou com o Baranga. O show á lá verdadeira "Festa do Rock" botou fogo em todos os presentes, um verdadeiro delírio coletivo!

Podemos dizer que a turnê “O Céu é o Hell” tem sido até o momento a consolidação do status do Baranga como uma das grandes bandas do rock nacional, conquistando fãs por todo o Brasil. A exemplo do seu show de abertura ao lado do Motorhead em Florianópolis, o set list estava matador, valorizando as músicas novas mas já cantadas por todos como “Na Madrugada”, “Vai Se Dar Mal” ao mesmo tempo que permaneciam clássicos da banda como “Tudo o que eu tenho na vida”, Whisky do Diabo” e “Blues das 6:00”, convivendo com perfeita harmonia como se fossem do mesmo disco, uma característica do estilo Baranga Rocker de ser.


Baranga pela visão do Paulão, por Ana Fuccia.

Tive até que afastar alguns “bangers” com uma sutileza peculiar para que a coisa não fugisse do controle..mas no Grand Finale com “Meu Mal”, os próprios Barangas tomaram a iniciativa de trazer literalmente o público para dentro do palco, virando uma grande confraternização sonora, com tudo terminando numa troca de gratidão entre banda e platéia, regada a muita cerveja e rock’n’roll!


Baranga tocando "Meu Mal"no fim do show, por Ana Fuccia.


16/7 – HOTEL BRASIL – CERVEJARIA DAS NOVA (O VELHÃO) – 23H30

FESTA DO EVALDO - A CONTINUAÇÃO, A MISSÃO, PERTE DOIS....

Poucos sobreviveram para ir no dia seguinte continuar as festividades em homenagem ao nosso querido amigo Evaldo.....mas quem foi nos dois dias pode ter certeza de que o nosso motor estava funcionando a todo vapor, ao assistir a performance do sábado.


Hotel Brasil em ação por Paula Losso.


Na verdade o maior combustível é a animação do público, que não decepcionou em cantar, pular e dançar conosco neste repertório que foge um pouco da regra da noitada paulistana. A aposta no repertório genuinamente cantado em português só valoriza a qualidade da banda em fazer arranjos que soam diferentes dos originais e aproxima o público, dando uma intimidade maior na noitada.

E é claro que a festa ficou melhor, que tudo foi perfeito e que o Evaldo ficou muito contente com a presença de novos e antigos amigos, com o carinho que ele merecidamente recebeu de todos que se encontravam lá. Uma noite perfeita como só o Velhão poderia nos proporcionar.


Hotel Brasil : Luis Reys (guitarra), Evaldo Jr. (voz), Daniel Kid (baixo ) e Johnny Moreira (bateria) , por Paula Losso


17/7 – CRACKER BLUES E TOMADA – CENTRO CULTURAL SÃO PAULO – 18HS

O INEVITÁVEL BLUES TATUADO NUMA TARDE DE DOMINGO!...

Depois de um breve cochilo lá estava eu (ou o que sobrou...só não estava pior do que meus queridos amigos Ivan Pieri e Ronaldo que vinham de uma viagem de quase 10 horas de estrada... ) novamente ás 13 horas para montar a estrutura deste show que ficaria pra história. E não pelos quatro pênaltis perdidos pelo Brasil perante o Paraguai na Copa América naquela tarde.... (ainda bem!)

Tomada

Ricardo Alpendre, do Tomada por Alê Frata


Foi inesquecível e entrou pra história por dois motivos: Pela incrível sintonia de bandas que sempre foram amigas, mas que nunca haviam feito uma dobradinha, mesmo sendo de estilos distintos. E em segundo, pelo lançamento de um dos melhores discos do Rock Nacional deste ano, “O Inevitável” do Tomada. Inevitável foi não gostar das músicas....

Cracker Blues

Por Alê Frata

Mas quem abriu a domingueira pós fracasso futebolístico verde e amarelo foram os brothers da Cracker Blues, tocando “Entre o México e o Inferno”, captando imagens para seu novo videoclipe e presenteando o público com a nova música “Jaula Enjaulada”. Mesmo sendo redundante, os caras como as outras bandas neste post citadas, não deixaram barato aos desferirem seus clássicos “Nascido em São Paulo” e “Velha Tatuagem”, fazendo todos cantarem em coro.

Cracker Blues

Por Alê Frata


Apesar de um grande e enérgico shows, a cereja do bolo era o lançamento do disco do Tomada. E em uma iniciativa inédita, não se fizeram de rogados e desferiram todas as músicas sem exceção do “O Inevitável”. E pra aqueles que duvidaram da força das novas canções, o show não decepcionou a ninguém, surpreendendo até os amigos e fãs mais antigos da banda. Com uma excelente formação, a única exceção do show foi o single virtual “Billy, O Esquisito”,uma homenagem ao ex-guitarrista porém exímio músico que estava presente, o autor da canção Denny Caldeira, considerado um dos melhores letristas da geração paulistana do rock.



Tomada em ação, por Paula Losso.

Na minha humilde opinião, este é o melhor disco e o mais diversificado do Tomada. Músicas como as já clássicas “(Quero Ter) Uma Música Forte” e “Bla bla blá, Bla bla blá...” funcionam perfeitamente com as lúdicas baladas “Entre Em Órbita” e “DC-3”, e até o rockabilly “À Sombra do Trem”., e a Jovemguardista “ O Calor de Abril” , sem comentar as vigorosas “Luzes” e “Rock De Aventura” com imagens urbanas fortes, cheias de punch e atitude.... um disco e um show bem diversificado, com espaço pra colocar todas as influências de cada um á tona.

O primeiro Clipe já está rolando no youtube, e eu deixo aqui o link pra você ter uma noção melhor do que estou falando....



Um salve especial ao grande amigo corinthiano que passou a ser real Alê Frata, que foi baterista do 1853 e tirou soberbas fotos desse show. Agora só falta o Revival do 1853 pra mim comentar aqui....hehehe! Já aproveitando um abraço especial também a todos os fotógrafos que apareceram e contribuiram pra essas imagens neste blog: Paula Losso, Grace Lagôa, Michel Camporeze Téer, Ana Fuccia e Bruna Batera, valeu pelos grandes registros!

Tomada

Por Alê Frata

Depois de tudo isso, só deveria descansar e tomar um fôlego pra poder contar toda essa história sem ser chato e longo....

Reclamar que você não fez nada porque não sabia ou tava com preguiça é justo, pois perdeu um final de semana eletrizante....isso porque eu escrevi sobre o que eu vi e vivi, com atrações a preços populares, ou totalmente gratuitas.

Esta é nossa cidade, um prato cheio pra todos os gostos!

Ainda tá parado na frente do pc lendo? Olhe a agenda e aproveite a vida!

E fim de papo!

2 comments:

Diário de uma aprendiz de fotografia said...

Realmente foi um final de semana bastante movimentado e acompanhar seus passos não é pra qualquer um, haja fôlego!
Apesar de estar afastada do mercado fotográfico há anos, foi uma experência nova fotografar bandas.
Ainda estou tentando "dominar" minha nova Nikon e me acostumar a todas as facetas dela está sendo meu maior desafio, mas vou chegar lá.

Parabêns pelo trabalho todo do final de senama do Rock (técnico, baixista, vocalista, animador, etc...), o texto ficou ótimo e as fotos MARAVILHOSAS.

Bj grande.

Gigi Jardim said...

Salve, Dani Boy. Como eu ainda estou na maratona do rock no Centro Cultural São Paulo, não parei devidamente para apreciar o que aconteceu por isso que agradece-lo pela visão no ponto sobre aquele fim de semana de 15, 16 e 17 de julho.

Foi magistral e fazer parte ao vivo em cores e 3D do "bate-cabeça" não é pra qualquer um não.

Um salve especial pra quem tem rock na veia.

Beijus & long live rock 'n' roll 4ever & after death.